sábado, 9 de maio de 2020

LUA CRISTALINA


Como vens tão vagarosa
Oh formosa e branca Lua!
 vens com tua luz serena
Minha pena consola
Geme aos céus mangueira antiga
Ao mover-se ao ronco do vento
E renova meu tormento
Que me obriga à suspirar

Entre pálidos desmaios
À chorar teu rosto lindo
Que se eleva refletindo
Puros raios sobre o ar
A cansada fantasia
Nesta triste escuridão
Entregando-se à saudade
Principia à delirar

Já me assaltam, já me ferem
Melancólicos cuidados
São aspectos esfaimados
Que me querem devorar
A cansada fantasia
Nessa triste escuridão
Entregando-se à saudade
Principia à delirar

Que triste gemido!
Sai daquele cajueiro
E do pássaro argoreiro
O sentido lamentar
Lua sorridente linda!
Brilha nas águas cristalinas
E no telhado do meu lar